Comentário do BLOG PAULO CLETO
RESPEITO E ELOGIOS
Antes desta final, que pretendo, mas não prometo, ir atualizando este blog no seu transcorrer, não resisto deixar a minha mensagem pessoal a respeito.
Como tenista de toda uma vida, e a cada dia ela fica mais longa do que um dia imaginei um dia ela ser, o meu desejo maior sobre a final é o seguinte;Que um dia o maior número possível de fãs e amantes do tênis possam admirar esse esporte pelo o que ele é, e não pelo o que cada um enxerga nele e nas suas saudáveis rivalidades. E uma boa oportunidade de descobrir o essencial sobre o tênis nos é ofertado pelos dois magníficos rivais e adversários da final de masculina de Wimbledon.
Enquanto mundo dos fãs se divide na preferência de um ou outro, o que é normal e saudável, até pelas gritantes diferenças entre o tênis e a personalidade de ambos, esses dois conseguem aliar o espírito gladiador com a postura de gentlemen.
Se Federer vai entrar em quadra como um lord com seu cardigan bege, Nadal vai dar um pique como um cavalo puro sangue na abertura dos portões assim que o juiz informar que venceu o sorteio. Dois estilos se confrontam e se completam.
Porém, se prestarmos atenção nas entrevistas de ambos, quando falam um do outro, só ouviremos palavras de respeito.
Federer afirma que Nadal está em uma dimensão diferenciada. Mas ao admitir que o adversário faz dele um jogador mais forte e melhor, faz o elogio de um campeão sobre um campeão.
Nadal afirma que uma das dificuldades de enfrentar aquele que ele admite ser o número 1 do mundo é que, por vezes, se vê distraído pela beleza do estilo do adversário, elogio de quem tem sua auto-estima muito em ordem, enquanto admira e respeita o adversário.
E são exatamente esses quesitos; respeito, admiração, esportividade e elogios que gostaria de ler aqui, nos comentários que seguiram a partida, independente do vencedor desta final. Porque eu só amo este esporte se ele é jogado, e admirado, sem nunca esquecer o que faz dele um esporte diferenciado.
PERFIL
Paulo Cleto - Foi técnico de jogadores como Luiz Mattar, Jaime Oncins, Carlos Kirmayr e Cássio Motta. Dirigiu a equipe brasileira na Taça Davis durante 17 anos e a equipe olímpica em Seul, Barcelona e Atlanta. Foi chefe da equipe no Panamericano de Winnipeg e técnico de equipes juvenis brasileiras campeãs Sul-Americanos e Mundiais.
Além disso, fundou a primeira academia de tênis do país. Realizou, organizou ou foi árbitro de mais de 45 torneios profissionais no país. Foi colunista do Jornal da Tarde, O Estado de São Paulo, Rádio Eldorado. Hoje, além de escrever no blog, é comentarista de TV na ESPN. Escreveu e editou o livro "Gustavo Kuerten e Roland Garros - Uma história de amor".
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