O tênis profissional surgiu em maio de 1968 , quando uma reunião em Paris determinou o fim da proibição imposta aos jogadores que atuavam por dinheiro nos circuitos paralelos de atuar nos Grand Slam. Começava em Roland Garros a Era Aberta, já que os torneios da Federação Internacional perdiam importância diante da contínua debandada dos melhores nomes para os chamados "eventos de exibição".
Foram anos confusos. Os jogadores perceberam, com o passar do tempo, que haviam ganhado algum espaço, porém ficado à mercê da vontade da Federação Internacional. Surgiu a necessidade de se juntar num sindicato, batizado de ATP, em 1972. O mal-estar só aumentou e o estopim da crise veio em Wimbledon do ano seguinte, quando a maciça maioria dos homens boicotou o torneio como protesto à suspensão do iuguslavo Nikki Pilic. O passo imediato foi criar uma fórmula correta para determinar quais jogadores deveriam entrar nos torneios e ter o direito à cabeça-de-chave. Surgiu o ranking, talvez a maior contribuição do tênis ao esporte como um todo, hoje imitado em qualquer modalidade, do futebol ao atletismo.
A primeira lista oficial da ATP foi divulgada no dia 23 de agosto de 1973, portanto há exatos 35 anos, tendo o romeno Ilie Nastase como o melhor do mundo. Era quinzenal e reunia poucos mais de 200 nomes. Até a grande crise de 1990, quando a ATP rompeu de vez com a Federação Internacional e proclamou sua liberdade absoluta, o ranking era calculado por média: total de pontos dividido pelo número de torneios disputados nas últimas 52 semanas. Me parecia mais lógico e correto. Dava também bônus para vitórias sobre adversários bem classificados. Bater o número 1 por exemplo valia 30 pontos, ou seja, mais do que as oitavas-de-final de um grande torneio de então.
Muitas mudanças aconteceram no ranking, seja na tabela de pontuação ou no número de torneios obrigatórios. Em 2000, a própria ATP tentou enterrar o sistema ao criar a Corrida dos Campeões, que considera apenas os pontos somados ao longo da temporada, mas a idéia naufragou e hoje está relegada ao segundo plano. Ainda assim, impera a filosofia de se computar apenas os 18 melhores resultados de cada tenista nas últimas 52 semanas, tudo ainda na tentativa de incentivar os jogadores a disputar o máximo de torneios possível e agradar os promotores. Felizmente, não funciona lá na ponta do ranking, onde Roger Federer tem apenas 17 campeonatos realizados e Rafael Nadal, exatos 18.
Se a lógica prevalecer, Nadal será o 24º homem a assumir o número 1 do ranking nas próximas semanas, encerrando o mais longo reinado da história. Desde que o atual formato entrou em vigor, em janeiro de 2000, já houve 15 trocas de comando e oito diferentes líderes. O espanhol, com 22 anos, será apenas o quarto mais jovem deles, superado por Marat Safin, Andy Roddick e Lleyton Hewitt.
por José Nilton Dalcim
Paulista de 48 anos, é jornalista especializado em esporte há 26 anos. Acompanha o circuito desde 1980. É diretor editorial de Tenisbrasil.
2 comentários:
Acho que deve ser bem chato ficar sempre se policiando nesses rankings, como meta empresa sac? Quanto mais pressão, menos chances vc tem que conseguir o que deseja. Pelo menos comigo nunca funcionou. ;)
Olá geoNando !!! minha ilustração está pronta, não sei se vai gostar, prometo que até semana que vem eu posto no blog é que estou sem tempo.
Um grande abraço e muito obrigado..........
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