
Por Ludgero Braga Neto
Grande parte dos e-mails que recebo é de leitores que procuram saber quais as vantagens e desvantagens em golpear o backhand (topspin/chapado) com uma e duas mãos. Poucos livros editados no Brasil tratam deste assunto tão importante e pouco discutido. Portanto, a seguir apresento um quadro que elaborei sobre as principais diferenças sobre estes 2 golpes:
Características:
Firmeza: DUAS MÃOS
Ponto de contato com a bola: DUAS MÃOS
Angulação (cruzada curta): DUAS MÃOS
Facilidade para o bate-pronto: DUAS MÃOS
Footwork (trabalho de pés): UMA MÃO
Troca de grip para golpear com slice: DUAS MÃOS
Desguies (p/ drop shot): DUAS MÃOS
Prevenção de lesões no cotovelo: DUAS MÃOS
Alcance: UMA MÃO
Foto: © GeoNando - Tenista Flávia Oliveira
Firmeza – o backhand com duas mãos é um golpe mais seguro para o tenista iniciante, principalmente para os mais novos, que ainda não possuem força muscular adequada para golpear apenas com uma mão.
Ponto de Contato com a bola – para golpear o backhand com uma mão, o tenista precisa fazer o contato com a bola mais à frente do corpo, se comparado ao backhand com duas mãos. Portanto, em bolas rápidas, os tenistas adeptos do backhand com uma mão precisam ser mais rápidos para não atrasar o contato com a bola.
Angulação – quem utiliza o backhand com duas mãos tem mais facilidade de angular as bolas, pois contam com o punho não-dominante para auxiliar o punho dominante, o que não ocorre no backhand com uma mão.
Facilidade para o bate-pronto – para executar o bate-pronto, a mão não-dominante utilizada no backhand com duas mãos é muito importante para auxiliar na subida da raquete, empurrando-a para frente e para cima.
Footwork (trabalho de pés) – o tenista que utiliza o backhand com duas mãos tem que se movimentar mais, principalmente nas bolas curtas, pois o contato com a bola é feito mais próximo ao corpo.
Troca de grip para golpear com slice – normalmente o slice é golpeado com empunhadura "continental", coincidindo com a empunhadura da mão dominante durante a execução do backhand com duas mãos. Assim sendo, o tenista que golpeia o backhand com duas mãos não necessita trocar de grip para bater com efeito slice, tanto no forehand quanto no backhand.
Disguise – este é o nome dado à habilidade de esconder o golpe antes de sua execução, muito importante taticamente. Normalmente é utilizado para encurtar a bola. E a melhor empunhadura para realizar a bola curta (drop shot) é a "continental", ou seja, quem golpeia o backhand com duas mãos já está com a empunhadura adequada para encurtar a bola, não mostrando este golpe para o adversário através da troca de empunhadura.
Prevenção de lesões – ao golpear o backhand com duas mãos, o choque gerado pelo contato raquete-bola é distribuído entre os dois braços, diminuindo as chances de lesões, principalmente no cotovelo.
Alcance – o tenista que golpeia o backhand com uma mão tem maior chance de alcançar as bolas mais distantes, pois consegue uma maior extensão do cotovelo.
Prof. Ms. LUDGERO BRAGA NETO é tenista de primeira classe pela Federação Paulista de Tênis, Mestre em Educação Física pela USP, onde atualmente faz Doutorado em Biomecânica do Tênis e é professor da disciplina Tênis. Atualmente é também coordenador técnico da Academia Slice Tennis, onde é o treinador da tenista Jenifer Widjaja.
Fonte: Tênis Brasil
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